Aloe vera (L.) Burm. f. (Babosa).

2.4.2 - Aloe vera (L.) Burm. f. (Babosa).

2.4.2.1 - DESCRIÇÃO
Planta perene, herbácea, estolonífera, suculenta, de até 1 m de altura.
Folhas carnosas, simples, alternas, sésseis, grossas, longas, lanceoladas, acuminadas e suculentas, quase triangulares, bordos com fortes dentes espinhosos, dispostas em rosetas em caule muito curto e rico em suco mucilaginoso translúcido no centro e amarelado próximo à epiderme. Quando cortadas, deixam escoar um suco viscoso, amarelado e muito amargo. Esta espécie tem as folhas verde-escuras e sem manchas em ambas as faces. O comprimento, a largura e o número de folhas, bem com de perfilhos, aumenta de forma linear ao longo do seu ciclo vital.
Caule tenro, ereto ou levemente decumbentes.
Flores vermelhas ou amarelo-esverdeada, actinomorfas, hermafroditas com o perigônio tubuloso formado por seis tépalas. Estames em número de seis, mais longos que as tépalas, com filetes subulados e anteras oblongas. Ovário triocular e trígono, com os lóculos pluriovulados e o estilete filiforme. Inflorescência em racemos.
No Ceará, a fase reprodutiva tem início quando a planta tem 18 meses de idade. A antese, ou seja, o desabrochar da flor, que dá saída ao pólen, ocorre 11 dias após o surgimento do botão floral com senescência depois de três dias.
Frutos na forma de cápsulas trígonas e deiscentes, com três lóculos.
Sementes pequenas, aladas, numerosas e escuras.
Raízes longas e de um amarelo intenso internamente.
*A espécies A. arborescens Mill. é muito semelhante a A. vera.
(Matos, F.J.A., 1994; Almassy júnior, A.A. et al., 2005; Pereira pinto, J.E.B. et al., 2000; Hostdime, 2008; Mattos, S. H. et al., 2006).
** Ver fotos no anexo.
2.4.2.2 - USOS
a) Cicatrizante nos casos de queimaduras e ferimentos superficiais da pele.
Aplicação local do sumo fresco, diretamente ou cortando-se uma folha, depois de bem limpa, de modo a deixar o gel exposto para servir como delicado pincel (Lorenzi, H. et al., 2002).

b) Laxante.
Resina: é a mucilagem após a secagem. Prepara-se deixando as folhas, cortadas e escoando, penduradas com a base para baixo por 1 ou 2 dias, esse sumo é seco ao fogo ou ao sol, quando bem seco, pode ser transformado em pó. Tomar 0,1 a 0,2 g. O pó é dissolvido em água com açúcar (Lorenzi, H. et al., 2002; Pereira pinto, J.E.B. et al., 2000; Escola superior de agricultura “Luiz de Queiroz”, 2008).

c) Contusões; entorses e dores reumáticas.
Tintura: usam-se 50 g de folhas descascadas, trituradas com 250 ml de álcool e 250 ml de água. Em seguida a tintura é coada, através de um pano. Deve ser utilizada sob a forma de compressas e massagens nas partes doloridas. (Lorenzi, H. et al., 2002; Pereira pinto, J.E.B. et al., 2000; Escola superior de agricultura “Luiz de Queiroz”, 2008; Paróquia Santuário São Leopoldo Mandic, 2008).

d) Queda de cabelo, caspa, brilho no cabelo, combate a piolhos e lêndeas. Lave as folhas frescas, tire a casca, ficando somente com a polpa gosmenta e amarelada. Coloque uma porção de polpa amarelada em um copo de água fervente, abafe por 15 minutos e coe com uma peneira. Lave a cabeça e, em seguida, aplique a gosma no couro cabeludo, massageando ligeiramente. Deixe agir por uma hora. Enxágüe a cabeça com água quente ou morna. No caso de piolhos ou lêndeas, passar o pente fino em seguida (Escola superior de agricultura “Luiz de Queiroz”, 2008).

2.4.2.3 – TOXICIDADE E CUIDADOS NO USO.
Os compostos antraquinônicos são tóxicos quando ingeridos em dose alta. Assim, lambedores, xaropes e outros remédios preparados com esta planta, podem causar grave crise de nefrite aguda quando tomados em doses mais altas que as recomendadas, provocando, especialmente em crianças, intensa retenção de água no corpo que pode ser fatal. Não usar internamente em crianças. (Lorenzi, H. et al., 2002; Pereira pinto, J.E.B. et al., 2000; Ache tudo e região, 2008; Escola superior de agricultura “Luiz de Queiroz”, 2008; Paróquia Santuário São Leopoldo Mandic, 2008).
Deve ser evitado o seu uso interno nos estados hemorroidários, em mulheres durante a menstruação ou gravidez e por aquelas que sofrem de inflamações uterinas ou ovarianas. Pode provocar a menstruação em doses elevadas. (Almassy júnior, A.A. et al., 2005; Ache tudo e região, 2008). Não deve ser ingerida por mulheres grávidas, em período de amamentação ou em período menstrual, pois aumenta o fluxo de sangue (Programa Municipal Fitoviva, 2008).
Em altas doses, um grama por dia pode produzir diarréia. (Programa Municipal Fitoviva, 2008).
Também aqueles com varizes, disenterias, hemorróidas, afecções renais, apendicite, cistite, enterocolita e prostatites não podem usá-la internamente. (Programa Municipal Fitoviva, 2008).
Contra indicada também por quem sofre de cálculos da bexiga (Ache tudo e região, 2008).


2.4.2.3 – CULTIVO
Encontrada originalmente nas partes secas da África (Escola superior de agricultura “Luiz de Queiroz”, 2008). Cresce de forma subespontânea em toda a região Nordeste (Lorenzi, H. et al., 2002).
Desenvolve-se muito bem diante de uma janela ensolarada, na atmosfera seca da sala de estar (Seddon, G.,1980).

PROPAGAÇÃO
Multiplica-se bem por separação de brotos laterais, que devem ser enraizados. O transplantio ocorre quando as mudas apresentarem 30 dias de idade. (Matos, F.J.A., 1994; Lorenzi, H. et al., 2002; Mattos, S. H. et al., 2006).
Multiplica-se, também, através de rebentos. Rebentos muito pequenos dificilmente enraízam, não devendo ser arrancados enquanto as respectivas folhas não tomarem a característica forma de roseta. Até pegarem, os rebentos devem ser colocados em luz forte, mas sem exposição direta aos raios solares, e regados o indispensável para umedecer a mistura, permitindo que os dois terços superiores sequem antes de regar novamente. (Almassy júnior, A.A. et al., 2005; Kindersley, D., 1984; Corrêa Junior, C. et al., 2006).
Multiplica-se, segundo Afitema (2007), por sementes.

PLANTIO
Período seco (Almassy júnior, A.A. et al., 2005).

CLIMA
Clima semidesértico, quente e úmido. Aprecia luz forte, preferindo locais ensolarados. Não exige muita água, por isso a irrigação deve ser moderada. Durante o período de crescimento ativo regue abundantemente com a freqüência necessária para que a mistura se mantenha completamente úmida. Durante o período de repouso regue apenas o indispensável para impedir que a mistura seque. Evite que se deposite água nas rosetas compactas. Nunca ponha água na roseta. Toleram ar seco (Matos, F.J.A., 1994; Almassy júnior, A.A. et al., 2005; Afitema, 2007; Kindersley, D., 1984; Seddon, G.,1980).

SOLO
Prefere solo arenoso ou arenoargilosos, arejado e locais rochosos e pedregosos. Exigente em solo fértil, com relativa matéria orgânica, para um bom rendimento. Responde bem a fósforo e potássio. (Matos, F.J.A., 1994; Almassy júnior, A.A. et al., 2005; Pereira pinto, J.E.B. et al., 2000; Afitema, 2007; Mattos, S. H. et al., 2006).
Não exige muita água, sendo prejudicial solos encharcados (Mattos, S. H. et al., 2006; Pereira pinto, J.E.B. et al., 2000).

COLHEITA
Colhe-se o ano todo. São colhidas as folhas bem desenvolvidas. Recomenda-se colher as folhas à noite. (Almassy júnior, A.A. et al., 2005; Afitema, 2007).

PRAGAS E DOENÇAS
As cochonilhas e as cochonilhas das raízes podem criar problemas. As primeiras ocultam-se no ponto em que as folhas se inserem no caule e as últimas escondem-se nas raízes imediatamente abaixo da superfície da mistura. É atacada por podridão das folhas. (Kindersley, D., 1984; Corrêa Junior, C. et al., 2006).



OUTRAS INFORMAÇÕES
Mudar na Primavera para vasos do tamanho acima ou quando as plantas se encontrarem em vasos grandes é aconselhável proceder anualmente a substituição superficial do solo. Para evitar que apodreçam, certifique-se de que as plantas com folhas basais espessas não fiquem mais enterradas do que estavam anteriormente. Reenvase a cada dois anos. (Kindersley, D., 1984; Seddon, G.,1980).

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