Cymbopogon citratus (DC) Stapf. (Capim-santo).

2.4.4 - Cymbopogon citratus (DC) Stapf. (Capim-santo).

2.4.4.1 - DESCRIÇÃO
Erva anual, bianual ou perene, quase acaule.
Folhas são eretas ou curvas invaginantes, longas, estreitas e aromáticas. Medem aproximadamente 1 m de comprimento por 1,5 cm de largura, apresentando bainha de cor roxa na base e branco esverdeado na parte interna. Forma touceiras compactas e robustas de até 2,0 m de altura, com rizoma semi-subterrâneo, curto e horizontal com raízes fortes e finas. Colmos simples ou ramificados.
Suas flores são hermafroditas, sendo raras e estéreis nas condições brasileiras (clima tropical).
Frutos são do tipo aquênio.

Obs.: Suas folhas longas e estreitas quando machucadas soltam um forte cheiro que lembra o limão, daí o porquê de ser também conhecida como Capim-limão.

*Uma planta semelhante e muitas vezes confundida com o Capim-santo (Cymbopogon citratus Stapf.) é a Citronela (Cymbopogon winterianus; Cymbopogon nardus). Ambas as plantas pertencem ao mesmo Gênero (Cymbopogon) e embora a aparência seja realmente muito próxima, dá para diferenciá-las pelo aroma: o Capim-santo apresenta um cheiro mais suave, que lembra o limão; enquanto o aroma da citronela é bem intenso, lembrando o eucalipto e por isso mesmo o cheiro de sauna.
(Matos, F.J.A., 1994; Almassy Júnior, A.A. et al., 2005; Pereira Pinto, J.E.B. et al., 2000; Jardim de Flores, 2008; Mattos, S. H. et al., 2006).

** Ver fotos no anexo.
2.4.4.2 – USOS

a) Insônia, nervosismo, ansiedade, alívio de pequenas crises de cólicas uterinas e intestinais (gases intestinais), digestivo estomacal.
Infusão (chá): recém preparado com cinco a seis gramas das folhas, de preferência frescas ou, então, com um a três gramas das folhas secas, em uma xícara de água fervente. O chá deve ser do tipo abafado (Matos, F.J.A.; Lorenzi, H.; Pereira Pinto, J.E.B.; Escola superior de agricultura “Luiz de Queiroz”, 2008).
Refresco: Outra preparação de sabor muito agradável e que tem os mesmos efeitos do chá, é o refresco recentemente preparado com 40 folhas cortadas em pequenos pedaços e trituradas em liquidificador juntamente com o suco de quatro ou seis limões em um litro de água; esta mistura deve ser coada em peneira fina, adoçar a gosto e posto para gelar (Matos, F.J.A.; Lorenzi, H.; Pereira Pinto, J.E.B.; Escola superior de agricultura “Luiz de Queiroz”, 2008).
Ambas as preparações, chá e refresco, podem ser bebidos à vontade, pois são completamente desprovidos de qualquer ação tóxica, mesmo quando tomado muitas vezes no mesmo dia. É recomendado, no entanto de duas a três xícaras por dia (Matos, F.J.A.; Lorenzi, H.; Pereira Pinto, J.E.B.; Escola superior de agricultura “Luiz de Queiroz”, 2008).
Recomenda-se, porém cuidado para evitar a presença de microfragmentos da folha no chá, os quais poderiam causar pequenas lesões nas mucosas que revestem o aparelho digestivo, da boca aos intestinos. Deve-se coar o chá antes de beber (Matos, F.J.A.; Lorenzi, H.; Pereira Pinto, J.E.B.; Escola superior de agricultura “Luiz de Queiroz”, 2008).



b) Limpeza dos dentes e gengivas.
Coloque uma colher de sobremesa de rizoma fatiado em uma xícara de água em fervura. Desligue o fogo, coe e deixe esfriar e faça bochechos, de duas a três vezes ao dia (Pereira Pinto, J.E.B.).
Não é necessário ferver muito, as folhas e rizomas, nem deixar em água quente por muito tempo (Pereira Pinto, J.E.B.).

c) Estimulante lácteo.
A utilização durante a gestação e lactação é recomendada (Pereira Pinto, J.E.B.).
*Em doses elevadas pode ser abortivo (Almassy, A.J.; Escola superior de agricultura “Luiz de Queiroz”, 2008).

d) Baixar febre.
Infusão (chá): Uma xícara de chá de água e uma xícara de chá de folha ou rizoma fresco, ou metade se forem secos. Coe e tome quente (Ache tudo e região, 2008).

e) Reumatismo e dores musculares.
Esmague em um pilão um pouco de rizoma com uma colher (sopa) de óleo de côco. Coe e empregue em massagens, nos locais doloridos (Ache tudo e região,2008).
f) Repelente de insetos.
Colocar as folhas em um saco de pano e guardar junto das roupas como aromatizante e para repelir os insetos. (Pereira Pinto, J.E.B.)


2.4.4.3 – TOXICIDADE E CUIDADOS NO USO
Pode ser bebido à vontade, pois é completamente desprovido de toxidez, mesmo quando tomado muitas vezes ao dia. (Matos, F.J.A.; Lorenzi, H.; Pereira Pinto).
Em doses elevadas pode ser abortivo. (Almassy, A.J.; Escola superior de agricultura “Luiz de Queiroz”, 2008; Programa Municipal Fitoviva, 2008).
As doses recomendadas dos infusos não são tóxicas (via oral).
Contra indicado para hipotensão (pressão baixa). (Programa Municipal Fitoviva, 2008).

2.4.4.4 – CULTIVO
Originária da Índia e cultivada nos países tropicais (Mattos, S. H. et al., 2006). Adapta-se a todo Brasil, sendo encontrado em hortas domiciliares em todos os estados. É extremamente rústico, adaptando-se a variadas condições de clima e solo. (Almassy Júnior, A.A. et al., 2005; Afitema, 2007; O Jardim da Dama do Lago, 2008).
Pode ser plantada em vasos, em canteiros adubados ou como bordadura de áreas maiores. É indispensável no jardim de ervas, seja pelo seu aroma ou pelas utilizações medicinais (O Jardim da Dama do Lago, 2008).

PROPAGAÇÃO
Por divisão de touceiras (Almassy Júnior, A.A. et al., 2005; Pereira Pinto, J.E.B. et al., 2000; Escola superior de agricultura “Luiz de Queiroz”, 2008 Corrêa Junior, C. et al., 2006).
As mudas são retiradas de uma moita já desenvolvida e de aspecto saudável. Veja pela base da planta os talos mais fáceis de arrancar, trazendo junto um pedaço de sua raiz (Guia Rural, 1990). Os filhos (talos) são retirados por grupo de 3, uma vez ao ano, e replantados para formação do novo plantio, ou seja, faz-se as mudas desmembrando pedaços da touceira mãe, plantando em lugar bem ensolarado (Ache tudo e região, 2008; Matos, F.J.A., 1994; Mattos, S. H. et al., 2006). Ao retirar as mudas, deve-se encurtar as folhas (30 cm)e aparar as raízes, não deixando que sequem, mantendo-as umedecidas ou imersas em água. (Escola superior de agricultura “Luiz de Queiroz”, 2008; Guia Rural, 1990).
O plantio deve acontecer o mais breve possível. As mudas resistem por um dia, se conservadas em local fresco e sombreadas (Guia Rural, 1990). Selecionam-se as melhores mudas, que podem ser plantadas diretamente no solo, enterrando-se o terço basal dos perfilhos, ou podem ser acomodadas à mesma profundidade em que estavam na moita (Guia Rural, 1990; Mattos, S. H. et al., 2006).

PLANTIO
O ano todo, uma vez que em cultivo em residências perde-se a dependência da chuva para a irrigação da planta (Almassy Júnior, A.A. et al., 2005; Afitema, 2007). Realizar o plantio, ou no início da manhã ou no final da tarde, evitando desta forma os horários de temperaturas mais elevadas (Guia Rural, 1990).

CLIMA
Tropical e subtropical (Blanco, M. C. S. G., 2007). Prefere climas quentes e úmidos, com chuvas bem distribuídas e temperatura média elevada (Almassy Júnior, A.A. et al., 2005; Pereira Pinto, J.E.B. et al., 2000). Deve ser cultivado sob sol direto (Ache tudo e região, 2008; O Jardim da Dama do Lago, 2008).
Não tolera excesso de umidade. Não deixar a terra secar em profundidade, abaixo de 2 a 3 dedos (Ache tudo e região, 2008; O Jardim da Dama do Lago, 2008).
Ressente-se dos ventos frios e das geadas no inverno que queimam as folhas, embora não cheguem a matar as plantas (Escola superior de agricultura “Luiz de Queiroz”, 2008). Em relação às geadas, quando o cultivo for feito em recipientes, o recomendado é levar os mesmos para locais protegidos como varandas ou sob árvores (O Jardim da Dama do Lago, 2008).
É extremamente rústico, adaptando-se a variadas condições de clima (O Jardim da Dama do Lago, 2008).

SOLO
Pode ser cultivado em qualquer tipo de solo desde que bem drenado (não sujeito ao encharcamento) e fértil (Blanco, M. C. S. G., 2007; Pereira Pinto, J.E.B. et al., 2000). Umidade em excesso bem como os solos demasiadamente secos são impróprios a esta cultura. É planta esgotante do solo, exigente em matéria orgânica e nutrientes (Escola superior de agricultura “Luiz de Queiroz”, 2008).
A adubação de plantio deve ser de 6 Kg/m2 de esterco bovino curtido e repetida a cada 60 dias (Mattos, S. H. et al., 2006).
É extremamente rústico, adaptando-se a variadas condições de solo (O Jardim da Dama do Lago, 2008).

COLHEITA
Colhe-se as folhas o ano todo, sendo que se inicia a partir de seis meses após plantio e as demais a cada quatro meses para obtenção por colheita de maior rendimento de matéria seca As plantas devem ser cortadas a altura de 15 cm d solo. O horário de corte das plantas, entre 9 e 11 horas proporciona maior rendimento de óleo essencial, além de citral e mirceno, seus constituintes majoritários (Almassy Júnior, A.A. et al., 2005; Afitema, 2007; Escola superior de agricultura “Luiz de Queiroz”, 2008; Mattos, S. H. et al., 2006).
Faz-se de duas a três colheitas por ano (Almassy Júnior, A.A. et al., 2005; Escola superior de agricultura “Luiz de Queiroz”, 2008; Corrêa Junior, C. et al., 2006). No entanto, no caso de plantio para uso doméstico, o recomendado é colher de acordo com a necessidade. A planta resiste a cortes totais realizados rente ao solo, pois rebrota em seguida. As primeiras horas do dia são as melhores para os cortes (Guia Rural, 1990).

PRAGAS E DOENÇAS
Em condições de solo inadequado e/ou excesso de irrigações, combinadas com forte calor, poderá ocorrer o aparecimento de fungos de ferrugem das folhas. Um arestamento na ponta das folhas pode ocorrer se a planta estiver sujeita a ventos frios. Poderá, ocasionalmente, ocorrer o aparecimento de lagartas, pulgões ou cochonilhas (cochonilha de raiz) na base das folhas ou nos rizomas (Escola superior de agricultura “Luiz de Queiroz”, 2008; Guia Rural, 1990; Corrêa Junior, C. et al., 2006).

OUTRAS INFORMAÇÕES
Muitas vezes é necessário o replantio, pois várias mudas não vingam no plantio. Realiza-se o arranque do mato e regas, na ausência de chuvas (Escola superior de agricultura “Luiz de Queiroz”, 2008; Guia Rural, 1990). Na primavera é feita uma adubação complementar (Escola superior de agricultura “Luiz de Queiroz”, 2008).
O seu crescimento é bastante rápido, o que pode requerer um desbaste periódico. As plantas devem ser cortadas a 10 cm acima do solo para que rebrotem sem prejudicar os rizomas (Escola superior de agricultura “Luiz de Queiroz”, 2008).
Utilizar sempre luvas ao trabalhar, pois as bordas das folhas cortam a pele (O Jardim da Dama do Lago, 2008).
Renovar a cultura a cada 3-5 anos (Corrêa Junior, C. et al., 2006; Escola superior de agricultura “Luiz de Queiroz”, 2008).

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