Plantago major L. (Tanchagem).

2.4.13 - Plantago major L. (Tanchagem).

2.4.13.1 - DESCRIÇÃO
Planta herbácea, de pequeno porte, bianual ou perene. Ereta e acaule, com 15 a 30 cm de altura.
Folhas dispostas em forma de ramalhetes, radiciais, pecíolos longos, bordos levemente recortados e ondulados. De forma ovalar, percorridas por nervuras curvilíneas, pronunciadas na face superior e ainda mais na basal. Cor verde-cana pálida.
Flores pequenas dispostas em inflorescências espigadas, eretas sobre haste floral de 20-30 cm de comprimento. Cor branco-amareladas, com ráquis atingindo até 0,40 m.
Frutos (sementes) são facilmente colhidos, raspando-se entre os dedos toda a inflorescência. Frutos do tipo cápsula.
Raiz fasciculada.

* Há outras espécies, como a P. lanceolata L. e a P. media L. que fazem parte do grupo das tanchagens comuns e possuem propriedades idênticas.
(Lorenzi, H. et al., 2002; Almassy Júnior, A.A. et al., 2005; Pereira Pinto, J.E.B. et al., 2000; Selecções do reader’s digest, 1983).
** Ver fotos no anexo.

2.4.13.2 – USOS
a) Laxante suave e depurativo.
A literatura etnofarmacológica recomenda tomar, em jejum, o chá de suas sementes, preparado adicionando-se água fervente em um copo contendo uma colher (sopa) de sementes e deixadas em maceração durante a noite. No dia seguinte, em jejum, tomar o copo (Lorenzi, H. et al., 2002; Escola superior de agricultura “Luiz de Queiroz”, 2008).

b) Contra afecções da pele (acnes e espinhas).
Faz-se aplicação localizada sobre a área afetada, com chumaço de algodão embebido em seu chá, preparado com duas colheres (sopa) de folhas picadas em um copo de água. Ferver durante 15 minutos e adicionar uma colher (sopa) de mel (Lorenzi, H. et al., 2002).
c) Contra amigdalite, faringite, gengivite, estomatite, traqueite e como desintoxicante das vias respiratórias de fumantes.
Gargarejo de seu chá, 2-3 vezes ao dia, preparado adicionando-se água fervente a uma xícara (chá) contendo duas colheres (sopa) de folhas picadas (Lorenzi, H. et al., 2002).

d) Tosse, bronquite e catarros.
Infusão da folha seca: 10g em um litro de água fervente. Beber uma xícara 3 vezes ao dia (Pereira Pinto, J.E.B. et al., 2000).

e) Infecções bucofaringeanas e problemas gastrintestinais.
Infusão: Uma xícara de cafezinho de folhas frescas picadas em 1/2 litro de água, tomar uma xícara de chá a cada 6 horas para infecções bucofaringeanas e uma xícara a cada 8 horas para problemas gastrintestinais (Escola superior de agricultura “Luiz de Queiroz”, 2008).

f) Cicatrizante
Cataplasma: colocar as folhas frescas amassadas sobre feridas para favorecer a cicatrização (Escola superior de agricultura “Luiz de Queiroz”, 2008).

2.4.13.3 – TOXICIDADE E CUIDADOS NO USO
Não é recomendada a gestantes, por ter ação abortiva (Almassy Júnior, A.A. et al., 2005).
Considerado a falta de toxicidade de doses de até 25 g da planta por litro de água (Lorenzi, H. et al., 2002).


2.4.13.4 - CULTIVO
Cresce espontaneamente em terrenos baldios e lavouras perenes (pomares) do sul do Brasil, onde é considerada planta daninha (Lorenzi, H. et al., 2002; Cruz, G. L., 1965).
Nasce em beiras de caminho, áreas de pastagens, terrenos cultivados em locais sombreados e úmidos. Está sempre nas imediações de casas (Almassy Júnior, A.A. et al., 2005; Guia Rural, 1990). Como cresce espontaneamente em toda parte, a tanchagem não costuma ser cultivada (Escola superior de agricultura “Luiz de Queiroz”, 2008).

PROPAGAÇÃO
Apenas por sementes (Lorenzi, H. et al., 2002; Almassy Júnior, A.A. et al., 2005; Pereira Pinto, J.E.B. et al., 2000; Guia Rural, 1990; Escola superior de agricultura “Luiz de Queiroz”, 2008; Corrêa Junior, C. et al., 2006). Segundo Afitema (2007) pode ser propagado também por mudas do rizoma.

PLANTIO
Fim do outono (Almassy Júnior, A.A. et al., 2005). Cresce melhor em áreas abertas, como terrenos cultivados e pastagens (Guia Rural, 1990).

CLIMA
Temperado (Almassy Júnior, A.A. et al., 2005; Guia Rural, 1990; Cruz, G. L., 1965).
Prefere terrenos úmidos (Guia Rural, 1990; Cruz, G. L., 1965).

SOLO
Arenoso, rico em matéria orgânica e com boa umidade. (Almassy Júnior, A.A. et al., 2005 Pereira Pinto, J.E.B. et al., 2000).
Comum em planícies e terrenos incultos (rude, agreste, árido), úmidos e sobretudo calcários (Cunha, A. P. da, 2003).

COLHEITA
Inicia-se a colheita 3 meses após plantio (Almassy Júnior, A.A. et al., 2005). As folhas são colhidas no verão, quando atingem um bom desenvolvimento (Guia Rural, 1990). Para uso terapêutico a planta deve ser coletada depois de bem desenvolvida, em meados do verão. Seca à sombra e em local arejado (Escola superior de agricultura “Luiz de Queiroz”, 2008).
As folhas podem ser colhidas durante 10 meses por ano e utilizadas frescas em saladas ou sopas, e secas para fins medicinais (Selecções do reader’s digest, 1983). Realiza-se de 2-3 colheitas por ano (Corrêa Junior, C. et al., 2006).

PRAGAS E DOENÇAS
Pode ser atacada por doenças fúngicas (Uromices e Alternaria) (Corrêa Junior, C. et al., 2006).

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